quinta-feira, 24 de março de 2011

Harmonia 57

O projeto da Rua Harmonia localiza-se num bairro paulista com grande fluxo artístico e permeabilidade da criação. Como um organismo vivo, o prédio respira, sua e se modifica, transcendendo sua inércia. Nessa grande máquina, onde as águas das chuvas e do solo são drenadas, tratadas e reutilizadas, forma-se um complexo ecossistema junto ao local. Suas paredes são grossas, recobertas externamente por uma camada vegetal que funciona como uma pele no edifício. Essa densa parede de concreto orgânico possui poros, de onde brotam várias espécies vegetais, dando às fachadas aparência muito própria. Suas entranhas estão expostas nas suas fachadas enquanto seu interior é bem acabado com superfícies limpas e claras.

Ce studio est construit au cœur d’un quartier d’artistes à São Paulo. Situé dans une zone inondable, sa construction a relevé plusieurs défis. Le bâtiment est conçu tel un objet manufacturé, un corps vivant en perpétuel changement ; il respire, transpire, vieillit et se régénère.
L’eau est l’élément principal de ce projet : la pluie et l’eau du sol sont traitées et réutilisées grâce à un système hydrique complexe dont les éléments « low tech » tels que les tuyaux, les seaux de pompage, l’arrosage automatique, etc., sont mis en évidence et forment une sorte d’enveloppe protectrice autour du bâtiment.Le cœur du projet est ainsi lisible en façade. L’immeuble semble avoir été conçu sur l’envers. Par contraste, l’intérieur est lisse et minimaliste.


This studio is built in the heart of an artists’ neighborhood in São Paulo. Located in a flood zone, its construction offered several challenges. The building is designed as a manufactured object, a living body in constant change; it breathes, sweats, ages and regenerates.
The water is the main element of this project: rain and ground water are treated and reused through a complex system whose low tech elements such as the pipes, pumps, automatic irrigation, etc., are highlighted, forming a sort of protective shell around the building. The heart of the project is thus exposed on its façade. The building appears to have been designed inside out. By contrast, the interior is sleek and minimalist.







pictures by Nelson Kon
picture by Greg Bousquet

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